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Os Caminhos do Luto: Uma Jornada Humanista de Acolhimento

  • Foto do escritor: Juliana S. Teixeira Kumagai
    Juliana S. Teixeira Kumagai
  • 9 de ago.
  • 2 min de leitura

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Na abordagem centrada na pessoa, compreendemos o luto não como uma patologia a ser curada, mas como uma expressão profunda do vínculo humano. Carl Rogers nos ensinou que todo ser humano possui uma tendência atualizante – uma força interior que busca o crescimento mesmo na dor.


Tipos de Luto Reconhecidos na Visão Humanista:


Luto Antecipatório


A dor que surge antes da perda (ex.: diagnósticos graves, partidas anunciadas).


Acolhimento: Validar a ambivalência entre esperança e despedida, sem julgamentos sobre "como deveria sentir-se".


Luto por Perda Ambígua


Quando a ausência não é física (ex.: demência, desaparecimentos, rompimentos sem fechamento).


Acolhimento: Dar espaço ao não-dito. "Sua dor existe mesmo sem um corpo presente".


Luto Desautorizado


Perdas que a sociedade minimiza (ex.: animais de estimação, relacionamentos não convencionais, perdas perinatais).


Acolhimento: "Seu amor era real. Sua dor é legítima".


Luto Traumático


Marcado por violência, acidentes ou mortes súbitas.


Acolhimento: Respeitar o congelamento e a revivência como partes do processo.


Luto Crescente


Perdas que desencadeiam outras perdas (ex.: morte de um cônjuge que gera perda financeira, identidade, rede de apoio).


Acolhimento: "Cada camada de dor merece seu próprio tempo".


Os Pilares Rogerianos no Acompanhamento do Luto:

🌸 Consideração Positiva Incondicional:

"Seu luto não precisa de justificativas. Chore, silencie, grite – este espaço é sagrado para sua verdade".


🌱 Congruência do Terapeuta:

Não ofereceremos respostas prontas. Caminharemos juntos, com transparência sobre nossa humanidade: também não sabemos por que a vida dói tanto.


🌊 Compreensão Empática:

"Diremos quando não entendermos. Perguntaremos sobre o peso do vazio em seu peito. Ouviremos sua saudade até ela se sentir vista".


O Que a Abordagem Humanista NÃO Faz:

✘ Não impõe prazos para "superar" a dor

✘ Não hierarquiza perdas ("foi só um animal...")

✘ Não patologiza reações naturais (raiva, negação, regressão)




Convite Terapêutico Humanista:

"Venha como estiver. De lágrimas secas ou pranto incontido. De silêncio ensurdecedor ou palavras desconexas. Aqui, você não será consertado(a). Será testemunhado(a) em sua humanidade ferida – porque só quando a dor é plenamente acolhida, ela revela seu sentido transformador."

 
 
 

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